domingo, 15 de agosto de 2010

Adoniran Barbosa

Por Gustavo do Carmo

Adoniran Barbosa se chamava, na verdade, João Rubinato. Filho de imigrantes italianos, nasceu em Valinhos, no dia 6 de agosto de 1912. Precisava trabalhar para sustentar a família e a idade mínima legal era de doze anos. Por isso. foi registrado como nascido em 1910.

Seus pais se mudaram várias vezes de cidade, com seus oito filhos, em busca de novas oportunidades. Depois de Valinhos, João morou em Jundiaí, Santo André e São Paulo. Em Jundiaí começou a trabalhar como marmiteiro. Também trabalhou como tecelão, pintor, encanador, serralheiro, mascate e garçom já em Santo André. Para São Paulo se mudou aos 22 anos e foi morar numa pensão.

Com o sonho de ser artista, mesmo sem os estudos que abandonou e padrinhos importantes, participou de vários shows de calouros de rádio. Depois de tantos gongos, ganhou um concurso cantando o samba Filosofia, de Noel Rosa, na Rádio Cruzeiro do Sul.

Foi contratado pela emissora para apresentar um programa humorístico e adotou o nome artístico de Adoniran Barbosa. Adoniran em homenagem a um amigo de boemia e Barbosa em homenagem ao sambista Luiz Barbosa. Mudou-se para a Rádio Record em 1941. Foi também ator no filme O Cangaçeiro, de 1951. Mas firmou-se mesmo como compositor.

A sua experiência, sua família e o povo e a cidade de São Paulo passaram a ser inspirações para as suas composições. A mais famosa delas é Trem das Onze, sobre o jovem que não podia ficar com a amada porque precisava pegar o último trem para Jaçanã. Outros grandes sucessos foram Tiro ao Álvaro e Samba do Arnesto.

Adoniran Barbosa tornou-se referência de samba paulista, junto com Os Demônios da Garoa, seus principais intérpretes. Tiro ao Álvaro foi gravada por Elis Regina. Só foi reconhecido como grande compositor aos 60 anos. Adoniran Barbosa morreu em São Paulo no dia 23 de novembro de 1982 e deixou 90 composições inéditas.

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